Recentemente publicado pelo jornal Neurology, um estudo identificou que profissões complexas e desafiadoras, além de não fazerem mal
para ninguém, ainda são capazes de nos deixarem mais inteligentes com o passar
do tempo.
Conduzida por um grupo de cientistas da Universidade de
Edimburgo, na Escócia, a pesquisa identificou que algumas atividades
profissionais “turbinam” nossas conexões neurais, preparando a mente para uma
jornada mais ativa, lúcida e hábil, inclusive na velhice.
Nesse sentido, arquitetos, assistentes sociais e designers
gráficos, que não costumam liderar as estatísticas de melhores salários do
mercado, operam como verdadeiras academias de ginástica para a mente. Completam
a lista os advogados, médicos cirurgiões, magistrados e membros do Ministério
Público.
Na outra ponta, trabalhos menos instigantes
intelectualmente, aqueles com dinâmica mais mecanizada, onde a rotina consiste
em reproduzir instruções dadas por outros, contribuem pouco para a mente. Para
chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram um grupo com 1.066
voluntários, todos nascidos em 1936 e, em sua maioria, já aposentados.
Foram aplicados testes de memória, rapidez de raciocínio e
capacidades cognitivas gerais. Para analisarem a memória, por exemplo, os
estudiosos pediram que os voluntários repetissem informações fornecidas de
antemão. Para avaliar a cognição, eles tiveram de completar jogos com padrões
numéricos.
Resultados. O que se viu é que voluntários que trabalharam
profissionalmente com análise e sintetização de dados, como fazem arquitetos e
engenheiros civis, obtêm performance superior em habilidades cognitivas.
Resultado semelhante é observado com aqueles que
desenvolveram tarefas complexas envolvendo outras pessoas, como instruir,
negociar ou realizar mentorias. Nesse campo específico, destacam-se advogados,
assistentes sociais, médicos cirurgiões e funcionários que atuam envolvidos com
a Justiça (magistrados, promotores e outros).
Já voluntários que fizeram carreira em trabalhos menos
complexos, obtiveram resultados insatisfatórios para a pesquisa. A conclusão é
que pessoas que passaram mais tempo seguindo instruções dadas por outros ou
copiando dados ao invés de manipulá-los deixaram de exercitar uma parte
importante do cérebro.
“A conclusão está em linha com a teoria que nos obriga ‘usar
ou perder’ o nosso cérebro”, afirmou ao Neurology o pesquisador Alan Gow, que é
professor assistente do departamento de psicologia da Universidade de Edimburg
e integrante do grupo de cientistas incumbidos da pesquisa.
“Quanto mais você enfrentar problemas difíceis (em sua vida
profissional), é menos provável que o músculo cognitivo decline com o passar do
tempo”, define.
A pesquisa, contudo, não deixa claro como funcionam os
mecanismo desencadeados com o impacto dos trabalhos complexos em nossa mente.
Há, entretanto, uma hipótese: “trabalhos mentalmente mais
estimulantes pode ter permitido que esses profissionais acumulassem algumas
transformações estruturais em seus cérebros, como por exemplo melhores e mais
rápidas conexões neurais”, observa Alan Glow.
No futuro, esses mesmos pesquisadores querem ampliar o
estudo e avaliar a relação entre trabalho e as funções cognitivas com
voluntários de 73 a 76 anos. A estratégia é verificar como os dados coletados
agora se comportam com o passar dos anos.
Com informações Estadão e Cleto Gomes Advogados Associados
Acompanhe pelo site: www.cletogomes.adv.br
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